Marcelina tinha apenas 10 anos quando, em 27 de maio de 1945, ao retornar de uma viagem à região de Los Cañitos, viu uma Senhora vestida de preto, com um véu azul-celeste e um rosto de luz. Esta Senhora, flutuando acima da terra, olhou para ela com ternura e perguntou: “Você gostaria de vir comigo?”. Era a Virgem Maria, que começava a se manifestar como Nossa Senhora das Dores.
Marcelina era uma jovem humilde de família simples. Seu pai havia sido baleado na Guerra Civil, e sua mãe vivia uma vida dura, distante da fé. Apesar dos espancamentos e do ceticismo, a menina persistia em retornar ao local, atraída por aquela presença luminosa. As aparições continuaram nos dias seguintes.
Um dos momentos mais emocionantes foi quando, diante de centenas de pessoas, Marcelina caminhou de joelhos pelo caminho de paralelepípedos até um castanheiro, sem sofrer nenhum dano. Lá, ela entrou em êxtase, viu uma pequena capela celestial e ouviu esta mensagem da Virgem:“Em três meses, que uma missa seja celebrada aqui… e que me construam um santuário.”
Após as aparições, Marcelina frequentou uma escola religiosa em Villafranca de Los Barros e, mais tarde, ingressou na Congregação das Pequenas Irmãs da Cruz como freira em 2 de agosto de 1975, em Sevilha. Dedicou-se a cuidar dos doentes, órfãos, pobres e idosos, adotando o nome de Irmã Maria da Misericórdia da Cruz
Hna. Misericordia de la Cruz (Marcelina)
Afra Brígida Blanco (1928 – † 2003)
Afra Brígida Blanco
A jovem estigmatizada por amor aos pecadores
Afra era uma jovem simples de 17 anos de La Codosera. A princípio, ela não acreditava nas aparições de Marcelina e, como outras, zombava delas. Mas a Virgem Maria também a escolheu.
Em 7 de junho de 1945, ao se aproximar do local, Afra caiu de joelhos e entrou em profundo êxtase. A Virgem Maria lhe apareceu com sete espadas cravadas no coração, como Nossa Senhora das Dores. A partir de então, Afra começou a ter visões, êxtases e fenômenos místicos.
O mais impressionante foi que ela recebeu os estigmas: feridas visíveis nas mãos, nos pés e no flanco, que sangravam especialmente às sextas-feiras. Às vezes, seu corpo se levantava ou ficava rígido em oração. Ela até exalava um perfume suave e sobrenatural. Afra não ostentava esses dons. Ela vivia e trabalhava em um hospital de Madri, fazendo isso modestamente, em silêncio e oração.
Ela aceitou o sofrimento como participação na Paixão de Cristo, oferecendo tudo pela conversão dos pecadores. Faleceu em 23 de agosto de 2008, aos 80 anos, após uma longa e dolorosa enfermidade. Era conhecida como uma mulher de Deus, obediente e silenciosa, cujo testemunho continua a comover aqueles que conhecem sua história. Chandavila, na Extremadura e na Espanha
Na fronteira que une, mas não separa, Espanha e Portugal, entre colinas suaves, prados e castanheiros, encontra-se Chandavila, um pequeno lugar no município de La Codosera, província de Badajoz. Aparentemente, é apenas mais um recanto da pacífica Extremadura rural… mas para aqueles que têm fé, é um lugar onde o Céu falou. Em 1945, enquanto o mundo tentava se recuperar da Segunda Guerra Mundial, a Virgem Maria escolheu este lugar escondido para aparecer a duas jovens simples. Ela o fez discretamente, sem grandes recursos, mas com uma clareza que perdurou ao longo do tempo. Desde então, Chandavila tem sido um farol de misericórdia, oração e consolo.